A edição Pará Cá, do projeto Das Bandas de Lá, traz para o SESC Pompeia as principais figuras da música paraense e promove um encontro de gerações. Dos ritmos tradicionais como o carimbó, a lambada e a guitarrada às miscelâneas sonoras do tecnomelody
Em um país de dimensões continentais, de incontestável riqueza musical, muitas vezes os músicos atuantes fora do eixo Rio-São Paulo encontram dificuldades para chegar aos ouvidos das plateias de todo o Brasil. O projeto Das Bandas de Lá pretende estreitar distâncias, priorizando estilos musicais ousados e de diferentes estados do país. A edição Das Bandas de Lá Pará Cá que acontece nos dias 31 de março, 1º e 2 de abril na Choperia da Unidade, pretende mostrar os ritmos e os expoentes da rica música produzida no Pará.
Jovens que movimentam a cena atual estão representados com o Coletivo Rádio Cipó, Pio Lobato, DJ Waldo Squash + Maderito + Gang do Eletro. Os ritmos mais tradicionais, que contribuíram para a construção da história da música regional do estado, chegam com Mestre Laurentino, Dona Onete, Manezinho do Sax, Mestres da Guitarrada e Pinduca.
Programação de shows
Dia 31 de março, quinta-feira, às 21h30, na Choperia
Coletivo Rádio Cipó, Mestre Laurentino, Dona Onete e Manezinho do Sax
O Coletivo Rádio Cipó surgiu em 2001 quando o produtor e músico Carlinhos Vas, o engenheiro agrônomo Erik Martinez, o radialista e compositor Rato Boy e o percussionista Luis Bolla começaram a brincar com barulhos extraídos de um microcomputador. O grupo realiza pesquisas sonoras com diversos ritmos como o dub, groove, samba-rock e ritmos regionais. Nesse show, o Coletivo se une a músicos populares do Pará.
O gaitista Mestre Laurentino, 81 anos – aos 60 anos de carreira nunca lançou um disco, apesar das inúmeras composições gravadas em fita cassete de valsas, marchas, fox e jazz; a cantora e compositora Dona Onete, que começou a apresentar-se pelas ruas do Pará aos 9 anos de idade, e hoje, com mais de 50 anos de carreira já realizou parcerias com PIM (irmão do músico Pinduca) e com o grupo Raiz de Cafezal - vencedor da categoria Carimbó Raiz do prêmio Troféu Mestre Lucindo, com a canção Mareia, Mareia, composta por Dona Onete; e Manezinho do Sax, compositor de merengues, cúmbias, lambadas e carimbós.
Dia 31 de março, quinta-feira, às 21h30, na Choperia do SESC Pompeia. Abertura da Choperia às 20h30 com discotecagem do DJ Patrick Tor4 com o Baile Tropical.
Dia 1º de abril, sexta-feira, às 21h30, na Choperia
Pio Lobato e Mestres da Guitarrada
Pio Lobato sempre buscou novas fronteiras, sotaques e experimentações voltados exclusivamente para a guitarra da Amazônia. O músico de Belém foi pioneiro em estudar a guitarrada - gênero musical paraense instrumental surgido da fusão de ritmos como o choro, carimbó, cúmbia, merengue, lambada, maxixe e jovem guarda, entre outros. O músico construiu um dos mais respeitados trabalhos de flerte entre o pop e os ritmos brasileiros estabelecidos na região amazônica, até os gêneros regionais mais recentes, como o tecnobrega ou o cybertecno de Belém do Pará. Além da carreira solo, Pio Lobato também integra os grupos Cravo Carbono e Mestres da Guitarrada. Foi selecionado pelo projeto Rumos do Itaú Cultural em duas edições consecutivas, além de ter participado na trilha sonora do longa-metragem de Cacá Diegues, Deus é Brasileiro (2003).
A Guitarrada é um gênero musical de origem paraense, surgido no final da década de 70, com influências sonoras de países vizinhos. O projeto Mestres da Guitarrada, idealizado pelo guitarrista Pio Lobato, começou em 2003 com a reunião de ícones da música folclórica, Mestre Vieira, Mestre Curica e Mestre Aldo Sena. Atualmente o grupo é composto por Mestre Vieira, Pio Lobato e convidados. Mestre Vieira é criador do gênero, que segundo ele, é uma mistura de guitarra com corda de violão, amplificador de pilha e uma espécie de caixinha, de onde ele começou a tirar sons com influências caribenhas em meados de 1976. No show, mostram também o ritmo da Tecnoguitarrada, criado por Pio Lobato, que representa uma nova geração de Guitarreiros da Amazônia.
Dia 1º de abril, sexta-feira, às 21h30, na Choperia do SESC Pompeia. Abertura da Choperia às 20h30 com discotecagem do DJ Patrick Tor4 com o Baile Tropical. Não é permitida a entrada de menores de 18 anos. A Choperia é classificada como casa noturna, em função da venda de bebidas alcoólicas. Ingressos - R$ 16,00 (inteira); R$ 8,00 (usuário matriculado no SESC e dependentes, +60 anos, estudantes e professores da rede pública de ensino). R$ 4,00 (trabalhador no comércio e serviços matriculado no SESC e dependentes).
Dia 2 de abril, sábado, às 21h30, na Choperia
DJ Waldo Squash + Maderito + Gang do Eletro e Pinduca
O grupo paraense Gang do Eletro surgiu em 2008, idealizado pelo DJ Waldo Squash e por Marcos Maderito. Com composições sobre a realidade dos subúrbios de Belém, a gang cria uma mistura entre o tecnobrega e o eletro, criando um novo ritmo, o Eletromelody. O grupo tem atraído a atenção da mídia e vem se destacando no circuito alternativo, principalmente após a participação, em 2010, no festival paraense Se Rasgum. Acompanham a Gang do Eletro os cantores Keyla Gentil e William.
Uma das figuras mais conhecidas no Pará, Pinduca é conhecido como o “rei do Carimbó”, criador também de outros ritmos como o Sirimbó, Lári-Lári, Lambada e o Langode. Nascido em uma família de músicos, aprendeu as primeiras notas com seu pai, professor de música, e começou sua carreira aos 14 anos como pandeirista. Com 30 discos lançados e 60 anos de carreira, Pinduca já divulgou os ritmos do Pará por países como Bolívia, Peru, Colômbia, Angola, Guiana Francesa e Alemanha. Em 2010, Pinduca se uniu aos jovens músicos da banda carioca Do Amor na gravação do videocast Compacto, programa produzido pela Petrobrás - que promove a mistura entre diferentes vertentes musicais.
Dia 2 de abril, sábado, às 21h30, na Choperia do SESC Pompeia. Abertura da Choperia às 20h30 com discotecagem do DJ Patrick Tor4 com o Baile Tropical.
