Com praças deterioradas, postos de saúde precários, ruas esburacadas, o município de Ananindeua completa hoje 71 anos de emancipação. Mas de fato, a população tem o que comemorar? Para a festa, a prefeitura promoverá um mega evento com a presença de artistas de renome nacional.
Enquanto milhões de reais estão sendo gastos para a celebração, as pessoas padecem com problemas pontuais de saneamento, infraestrutura, saúde e educação.
Não é preciso ir muito longe do centro. Quem trafega pelas ruas da segunda cidade mais populosa do Pará, Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém, percebe que o município está tomado por buracos, bueiros sem tampas, mato e amontoados de lixo, além da deficiência na iluminação pública e na segurança.
Uma das principais avenidas do município, a Dom Vicente Zico, antiga Arterial 18, tem o seu canteiro central tomado por lixo e entulho. “A nossa rua principal está toda suja. As pessoas jogam de tudo, até animais mortos achamos aqui. Os galhos das árvores caem e ninguém tira. O carro do lixo passa, mas só leva os sacos e o resto fica”, contou o assistente social.
Na rua SN 23, no conjunto Cidade Nova V, próximo à feira, a situação é outra. Recentemente a prefeitura mandou tapar os buracos da pista, mas não foi suficiente para resolver o problema. Segundo os moradores, feirantes e condutores, a manutenção só fez amenizar o caos.
“Aqui temos que andar pulando dentro do carro, essa rua é tomada por remendos de asfalto, bueiros sem tampa e lixo eles só fazer a tapar os buracos”, disse o feirante Josué de Lima.
Morador desde a década de 80 do conjunto Cidade Nova IV o aposentado José Trindade fala da atual realidade do município e das suas carências. “Hoje nós estamos vivendo em uma situação bem complicada. As ruas estão todas cheias de buracos, quando chove fica alagado.
Não é preciso nem fazer tubulação, nada disso, apenas limpeza resolve o problema. Durante a eleição, o Pioneiro passou na porta de casa. Eu falei isso a ele. Mandou um assessor falar comigo, disseram que iam resolver os problemas e até hoje nada”, lamentou.
SAÚDE PRECÁRIA
A saúde na localidade também é um problema diário. Quem precisa de atendimentos nas UPAs do município, tem que madrugar nas filas para ter a chance de marcar uma consulta. “Tem dia que vamos à UPA II e não tem médico, e, muitas vezes, nem atendentes. O dinheiro que estão usando para fazer o palco poderia ser usado para construir novos hospitais, contratar mais médico, e arrumar as coisas que estão fora de ordem”, desabafou Trindade.
No início de novembro, cerca de 50 médicos da UPA III, localizada no Conjunto Cidade Nova II, aderiram ao ‘Movimento Sem Escalas’. Com o manifesto os profissionais da saúde protestam contra atrasos no pagamento e ameaças de demissão em massa. Segundo os profissionais, a prefeitura de Ananindeua perdeu a verba federal que era destinada para a UPA e, por isso, veio a ameaça de demissão.
(Diário do Pará)
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