É difícil encontrar apenas um motivo para considerar a BR-316 uma rodovia perigosa. Há uma mistura de culpados que convergem para deixar o ambiente cada vez mais caótico. Tudo começa com uma estrutura precária, marcada por vários buracos e sem acostamento, que fica ainda mais confusa devido à falta de sinalização.
Algumas placas estão tortas, apagadas, outras só deixaram saudade. Para completar, não há policiamento suficiente. Ao longo dos primeiros dez quilômetros, considerado o trecho federal com mais acidentes no Brasil, somente dois agentes, em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), observavam o trânsito.
Coragem e ousadia se tornam, então, as características mais necessárias para trafegar pela única entrada e saída de Belém pela via terrestre. Afinal, achar lugar entre pedestres, ciclistas e motociclistas que se confundem com os veículos de quatro, seis e até 10 rodas, como os grandes caminhões, é vencer uma competição. E é justamente aí que acontecem os acidentes.
O agente de passagens Francilei Nascimento trabalha há quatro anos no terminal intermunicipal de Ananindeua e utiliza todos os dias a rodovia para chegar ao trabalho, pois mora em Castanhal. “Já perdi a conta de quantos acidentes vi. Eu mesmo quase fui atropelado, porque nessa história de pressa e preguiça de usar a passarela, atravessei na rua mesmo”, diz. Para sobreviver aos perigos que a BR-316 traz, ele só encontra uma palavra: atenção. “Tem que ter muito cuidado pra tudo. Até o nosso trabalho fazemos rápido para tentar não congestionar o trânsito”, diz.
Algumas placas estão tortas, apagadas, outras só deixaram saudade. Para completar, não há policiamento suficiente. Ao longo dos primeiros dez quilômetros, considerado o trecho federal com mais acidentes no Brasil, somente dois agentes, em uma viatura da Polícia Rodoviária Federal (PRF), observavam o trânsito.
Coragem e ousadia se tornam, então, as características mais necessárias para trafegar pela única entrada e saída de Belém pela via terrestre. Afinal, achar lugar entre pedestres, ciclistas e motociclistas que se confundem com os veículos de quatro, seis e até 10 rodas, como os grandes caminhões, é vencer uma competição. E é justamente aí que acontecem os acidentes.
O agente de passagens Francilei Nascimento trabalha há quatro anos no terminal intermunicipal de Ananindeua e utiliza todos os dias a rodovia para chegar ao trabalho, pois mora em Castanhal. “Já perdi a conta de quantos acidentes vi. Eu mesmo quase fui atropelado, porque nessa história de pressa e preguiça de usar a passarela, atravessei na rua mesmo”, diz. Para sobreviver aos perigos que a BR-316 traz, ele só encontra uma palavra: atenção. “Tem que ter muito cuidado pra tudo. Até o nosso trabalho fazemos rápido para tentar não congestionar o trânsito”, diz.
TRÂNSITO
Mas as tentativas são em vão. Não importa o horário, nem perímetro; trafegar na via sempre implica em congestionamentos. Às 9h de ontem, por exemplo, a velocidade não passava de 20km/h em alguns trechos.
Quem dirige na via só acumula reclamações. Motoristas dizem que há muito tempo a via não passa por reforma e muitas mudanças recentes só mudaram o foco do problema. “Esse sinais ajudam ao pedestre, mas paralisam o trânsito. A mesma coisa com os retornos. Se não ‘meter a cara’, não sai do lugar jamais”, opinou Genival Guerreiro.
Se a precariedade da via incomoda condutores, a ocupação indevida de suas laterais também indignam as pessoas. Ambulantes tomam conta das paradas de ônibus e terminais intermunicipais, que sem qualquer acomodação aos passageiros, se tornam mais um empecilho para o fluxo seguro.
Moradora do município de Marituba desde criança a estudante Karina Nascimento, 14 anos, conhece o local como reduto de mortes. Ir e voltar da escola significa enfrentar uma maratona de desvios. Primeiro dos ciclistas, depois dos mototaxistas que montam pontos irregulares ao longo do espaço e, por fim, dos carros, que já vêm em alta velocidade no perímetro.
A passarela, uma das cinco existentes até o km10, estava a aproximadamente 100m da estudante, mas mesmo assim ela compunha o grupo de pessoas que arriscava a travessia. “Cada pessoa faz de um jeito, mas a minha estratégia é sempre ficar perto de outras pessoas. A gente se acostuma, mas acho que nunca vou perder o medo”, admite.
Segundo informações da PRF, em dias normais, oito agentes trabalham na BR-316, sendo dois lotados no posto da PRF, no início de Marituba, e os demais divididos em três viaturas que fazem ronda ou ficam em pontos estratégicos. Em épocas de maior fluxo, como feriado ou férias, o número sobe para 12 policiais, efetivo restrito para dar conta de todos os incidentes que ocorrem no local.
Somente ontem, de 0h às 9h, três acidentes sem vítimas já haviam sido registrados, um no km4, outro no km6 e o seguinte no km17. Um número alto, mas está dentro da média, que é de 12 acidentes por plantão de 24h ao longo da rodovia. “Em apenas um ano e quatro meses trabalhando aqui só eu já atendi mais de 120 acidentes”, afirma a policial rodoviária Anny Almeida. (Diário do Pará)
Mas as tentativas são em vão. Não importa o horário, nem perímetro; trafegar na via sempre implica em congestionamentos. Às 9h de ontem, por exemplo, a velocidade não passava de 20km/h em alguns trechos.
Quem dirige na via só acumula reclamações. Motoristas dizem que há muito tempo a via não passa por reforma e muitas mudanças recentes só mudaram o foco do problema. “Esse sinais ajudam ao pedestre, mas paralisam o trânsito. A mesma coisa com os retornos. Se não ‘meter a cara’, não sai do lugar jamais”, opinou Genival Guerreiro.
Se a precariedade da via incomoda condutores, a ocupação indevida de suas laterais também indignam as pessoas. Ambulantes tomam conta das paradas de ônibus e terminais intermunicipais, que sem qualquer acomodação aos passageiros, se tornam mais um empecilho para o fluxo seguro.
Moradora do município de Marituba desde criança a estudante Karina Nascimento, 14 anos, conhece o local como reduto de mortes. Ir e voltar da escola significa enfrentar uma maratona de desvios. Primeiro dos ciclistas, depois dos mototaxistas que montam pontos irregulares ao longo do espaço e, por fim, dos carros, que já vêm em alta velocidade no perímetro.
A passarela, uma das cinco existentes até o km10, estava a aproximadamente 100m da estudante, mas mesmo assim ela compunha o grupo de pessoas que arriscava a travessia. “Cada pessoa faz de um jeito, mas a minha estratégia é sempre ficar perto de outras pessoas. A gente se acostuma, mas acho que nunca vou perder o medo”, admite.
Segundo informações da PRF, em dias normais, oito agentes trabalham na BR-316, sendo dois lotados no posto da PRF, no início de Marituba, e os demais divididos em três viaturas que fazem ronda ou ficam em pontos estratégicos. Em épocas de maior fluxo, como feriado ou férias, o número sobe para 12 policiais, efetivo restrito para dar conta de todos os incidentes que ocorrem no local.
Somente ontem, de 0h às 9h, três acidentes sem vítimas já haviam sido registrados, um no km4, outro no km6 e o seguinte no km17. Um número alto, mas está dentro da média, que é de 12 acidentes por plantão de 24h ao longo da rodovia. “Em apenas um ano e quatro meses trabalhando aqui só eu já atendi mais de 120 acidentes”, afirma a policial rodoviária Anny Almeida. (Diário do Pará)
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