Remo. Uma prática esportiva que herdou o nome de seu principal "acessório": a haste que funciona como motor para certo tipo de embarcações. "Remo" também é o motor de um fenômeno natural que reúne multidões em praças esportivas do Estado do Pará há exatos 107 anos. Facilmente identificados pela predominância da cor azul marinho em suas vestes, os adeptos deste fenômeno transformaram este "Remo" em algo muito maior do que a simples equipe de regata que deu origem ao clube.
No dia 5 de fevereiro de 1905 nascia o "Grupo do Remo". Recentemente desligados do Esporte Clube do Pará, os atletas Victor Engelhard, Raul Engelhard, Eugênio Soares, Narciso Borges, José Henrique Danin, Vasco Abreu e Jean Marechal, resolveram fundar o clube que até então teria como foco a disputa de regatas, e contaram com o apoio de outros desportistas que ajudaram a completar o quadro de 21 sócios-fundadores do Grupo do Remo na data que completa 107 anos neste domingo (5).
Três anos depois de sua fundação o clube seria extinto, e mais três anos depois seria reorganizado por novos gestores. O Grupo do Remo estava pronto para se tornar uma potência em diversas modalidades esportivas no Estado do Pará, inclusive naquele esporte chamado de "Football", que havia acabado de desembarcar no país vindo da Inglaterra. O sucesso foi imediato, e em 1914 o Clube do Remo, como seria chamado desde então, possuía o status de melhor clube de futebol do Pará.
No mesmo ano, a conquista de seu bicampeonato paraense provocou um desentendimento que teria como resultado o surgimento, no mesmo ano de 1914, daquele que viria a ser o seu maior rival: o Paysandu. A rivalidade se estendeu do futebol para toda modalidade esportiva que envolva os dois clubes. Vizinhos de sede social (na avenida Nazaré) e de estádio (na avenida Almirante Barroso), os rivais detém no futebol o status de clássico mais vezes disputado no futebol mundial: 710 edições.
Em confrontos diretos com o rival bicolor, a superioridade é azulina. São 249 vitórias do Remo contra 221 do rival. A diferença positiva de 28 vitórias se deve, em grande parte, ao período de 4 anos e 6 meses em que o Remo permaneceu invicto no clássico. De dezembro de 1992 a junho de 1997, foram 21 vitórias do Remo e 12 empates, um tabu de 33 jogos que até hoje é motivo de chacota para a torcida do Paysandu e de orgulho para a torcida azulina, que até hoje relembra o feito.
Se a imensa torcida azulina tem mais motivos de orgulho no passado do que no atual momento do clube, os principais símbolos do clube permanecem vivos. Após várias tentativas de venda, o estádio Evandro Almeida, o Baenão, já não tem mais o escudo no pórtico de entrada, mas ainda conta com a presença do Leão Azul, mascote do time desde 1944 devido ao apelido dado pelo jornalista Edgar Proença, sem falar na presença ainda constante da torcida azulina, maior patrimônio do clube.
Conhecida como o "Fenômeno Azul", a torcida remista tem sido testada nos últimos anos. Longe da Série A do Brasileirão desde o ano 2000, em que disputou a fase final da Taça João Havelange, a torcida não deixou de apoiar o clube, e a maior prova de amor se deu no ano do Centenário, em 2005. O Remo conquistou a Série C registrando a melhor média de público de todas divisões do Brasil, se mostrando a principal responsável por perpetuar a tradição do Clube ao longo de seus 107 anos.
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