segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Ana Júlia diz que revista requentou acusações

Ana Júlia diz que revista 
requentou acusações  (Foto: Celso Rodrigues/Arquivo)

Em seu blog, a ex-governadora Ana Júlia Carepa aponta que “um forte cheiro de marmita requentada exalou na redação da revista Época em Brasília”. Ela se refere às supostas irregularidades na aplicação de R$ 77 milhões dos R$ 366 milhões emprestados pelo seu governo junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que repercutiram nacionalmente na edição da revista Época desta semana. Estas mesmas denúncias foram veiculadas com exclusividade pelo DIÁRIO em agosto do ano passado.
Na reportagem, a publicação questiona a idoneidade da ex-governadora para assumir a diretoria financeira da Brasilcap, subsidiária do Banco do Brasil que opera títulos de capitalização, com vencimentos na ordem de R$ 30 mil, para a qual foi indicada no final do ano passado.
A reportagem relembra que a Auditoria Geral do Estado (AGE) apontou irregularidades em empréstimos contraídos pela gestão de Ana Júlia - R$ 366 milhões com o BNDES e R$ 100 milhões com o Banco do Brasil. Ainda segundo a revista, ao verificar a prestação de contas da aplicação dos empréstimos, os auditores não conseguiram desvendar o paradeiro de R$ 77 milhões.
Após confronto das prestações de contas, do BNDES e do BB, a revista afirma que 16 notas fiscais, emitidas por três empresas contratadas para as obras, apareceram nos dois processos. “Para justificar despesas diferentes, o governo apresentou as notas fiscais duas vezes. Juntas, elas somam os R$ 77 milhões, cujo destino os auditores da AGE tentam rastrear. Um dado relevante, segundo a AGE: as duas prestações de contas foram feitas por órgãos diferentes. Uma foi apresentada pela Secretaria de Projetos Estratégicos, no caso do financiamento do BB, e a outra pela Secretaria da Fazenda, no caso do BNDES”.
A ex-governadora reafirma em seu blog que os valores identificados pela AGE como supostamente decorrentes de sobreposição de notas fiscais, no montante R$ 76.945.888,16, “estão comprovados no item FDE-Fundo de Desenvolvimento do Estado, do referido quadro da página 337, que destinou recursos aos municípios no valor de R$ 68.984.289,60 e emendas parlamentares no valor de R$ 10.598.163,39, através de convênios no valor total de R$ 79.582.452,99, por meio do qual foram atendidos 81 municípios”.
Ainda segundo ela, nos próprios relatórios oficiais do governo do Estado, 017/AGE, 020/AGE e no levantamento de informações sobre Operação de Crédito junto ao BNDES/PEF II realizado pela Sepof, apresentam divergências quanto a valores e aplicação dos recursos decorrentes da referida. “Contudo, todas elas chegam à conclusão que a totalidade dos recursos recebidos foi devidamente aplicada”.
SIAFEM
Ressalta ainda que os relatórios da AGE acusam sem provas o governo anterior de ter desviado os R$ 77 milhões, pois não comprovam essa destinação com as Ordens Bancárias (OB) dos pagamentos, pois, para cada pagamento é obrigatório constar no Siafem uma Nota Fiscal vinculada a uma única Ordem Bancária.
“Desafiamos o governo Jatene a apresentar as Ordens Bancárias que deram origem ao suposto desvio de recursos”, diz Ana Júlia, lembrando que todas as denúncias foram respondidas pela bancada de deputados do PT na AL.
Ana Júlia diz ainda que decidiu acionar judicialmente a revista Época “para que seja reposta a verdade sobre a correta aplicação dos recursos”. A nomeação da petista ainda depende de aval da Superintendência de Seguros Privados (Susep), autarquia que fiscaliza as seguradoras e as empresas de capitalização.

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